quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Wilson Garcia comenta "Autocrítica no Centro Espírita"

Com a categoria de sempre, o escritor Wilson Garcia enriquece com seu comentário nossa reflexão sobre a questão do público nos Centros Espíritas:

Caro Fernando,

Seus comentários são asolutamente coerentes e alcançam, asseguro-lhe, também as demais regiões do país, onde encontramos inúmeros centros espíritas em situação semelhante.

Poderíamos estender seus comentários para dois outros eixos: 1)as atividades mediúnicas, onde o cuidado com os estudos e as práticas caminham a passos largos para a negação da própria mediunidade, no sentido de reduzi-la ao máximo em importância como atividade do centro, com consequências imediatas e diretas sobre os médiuns, atuais ou potenciais; 2) a centralização das atividades no caráter consolador/religiosista, tornando monótonas, repetitivas e desinteressantes as reuniões públicas, que, assim, viram as costas para a realidade social e perdem a oportunidade de inserir o centro nas grandes questões que tocam a vida dos indivíduos e da própria sociedade.

Entre as perguntas que você faz, eu colocaria ainda as seguintes:

* As reuniões públicas atendem ao princípo da interação comunicativa, permitindo a livre expressão do pensamento aos participantes, segundo o critério do dialogismo?

* O ambiente está preparado, com abertura suficiente para que os participantes possam sentir e expressar, por diversos modos, a sua satisfação por estarem ali naquele momento?

* A imagem do centro espírita junto ao ambiente comunitário é suficientemente forte para atrair os indivíduos interessados em conhecer o modo como a espiritualidade é vista e interpretada pelo Espiritismo?

Finalizando, é de se lamentar muitíssimo que muitas dessas casas espíritas são as mesmas em que o princípio da negação se encontra à frente do princípio da afirmação. Assim, em muitas delas, as proibições superam as liberalidades e estão na base do clima interno. Tudo é proibido e nada é permitido. Chega-se ao extremo de proibir a manifestação da satisfação pelo aplauso até mesmo em momentos artísticos, sob a preocupação do cuidado - logo se vê, excessivo - com uma certa disciplina interna. Privilegia-se o sofrimento em lugar do prazer.

Um comentário:

  1. Caro Fernando, te convido a conhecer meu blog, que muito despretensiosamente deseja divulgar a doutrina. http://chicoxavierecia.blogspot.com

    Colocarei este no meu RECOMENDO.

    Abraçao.
    Barreto

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