quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Chico Xavier em cinebiografia

Em Fortaleza, o diretor da Globo Filmes, Carlos Eduardo Rodrigues, anunciou parceria com a produtora local Estação da Luz - responsável pelo sucesso de Bezerra de Menezes
“Um homem de bem e que fez o bem”, assim Carlos Eduardo Rodrigues, diretor da Globo Filmes, define Chico Xavier, figura guia da doutrina espírita brasileira que ganha sua cinebiografia em 2010. Dentro da programação da VII Mostra Brasileira de Teatro Transcendental, encerrada no domingo último, ele esteve em Fortaleza para assinar o contrato com a cearense Estação da Luz Filmes e com a Downtown Filmes para a coprodução do filme que vai levar a vida do médium mais importante do Brasil para as telas de cinema.

O filme Chico Xavier, dirigido pelo veterano Daniel Filho, com base no livro As vidas de Chico Xavier, de Marcel Souto Maior, tem estreia marcada para o próximo 2 de abril, dia em que o homenageado completaria 100 anos. O papel principal será vivido pelos atores Matheus Rocha (na fase criança), Ângelo Antonio (na fase jovem) e Nelson Xavier (na fase adulta). Participam ainda Tony Ramos, Paulo Goulart e Christiane Torloni. “Esse deve ser um dos dois maiores filmes do ano que vem, junto com o do Lula”, aposta Eduardo se referindo ao filme Lula, o filho do Brasil, de Fábio Barreto.
Assim como o filme Bezerra de Menezes, o diário de um espírito, também realizado pela Estação da Luz com apoio da Globo Filmes, ele conta que Chico Xavier não é feito exclusivamente para o público espírita. “Ele vai além da questão religiosa. Nós não podemos ficar frios para uma manifestação como essa num País que é predominantemente católico, apesar de ter um sincretismo religioso muito grande”. O filme está orçado em 10 milhões de reais, dos quais 1,5 milhão será para a produção de uma minissérie em quatro capítulos que terá estreia até o final do próximo ano.
As filmagens de Chico Xavier começaram em 28 de junho deste ano e percorreram várias cidades que fizeram parte da vida do médium. Entre elas, Pedro Leopoldo, no interior de Minas Gerais, onde ele nasceu e foi educado ainda na religião católica. Segundo biógrafos, sua mediunidade começou a se manifestar logo na infância e, aos cinco, ele já conversava com a mãe falecida. Em seguida filmaram em Uberaba, São Paulo, onde ele faleceu aos 92 anos por conta de uma parada cardíaca. Segundo Eduardo, assim como o Olga e Cazuza, este filme faz parte de uma ideia maior da Globo Filmes de contar mais sobre a história de grandes nomes da história do Brasil. “Temos uma experiência muito bem sucedida com cinebiografias, que foram para a ficção. Também temos olhado pro lado do documentário com mais atenção que tem dado um bom público, entre 80 e 100 mil espectadores”. Nessa linha, ele lança agora em outubro Herbert de perto, sobre Herbert Vianna, vocalista e líder da banda Os Paralamas do Sucesso.
Para Eduardo, houve uma surpresa muito grande por parte dos profissionais do cinema brasileiro com o sucesso do Bezerra de Menezes. “Um filme que está vindo do Ceará, com diretores ainda no seu primeiro ou segundo filme, não conhecidos no eixo, de repente faz 500 mil espectadores. Tem muito diretor renomado que não consegue atingir este público”. Mas, apesar desse sucesso de bilheteria, além de outros como Se eu fosse você 2 e Cidade de Deus, ele acredita que ainda é preciso fortalecer mais o mercado interno, bastante dominado pelo cinema internacional. “Sabemos que há espaço para o filme nacional. Agora temos que ir lá, reconquistar e manter”.
Segundo ele, após, a retomada do cinema nacional, em 1995, a indústria nacional teve um ganho na questão técnica que faz com que ela não deva muito a outros mercados. “Nós estamos muito atualizados. Vários filmes recentes, como o Chico Xavier, estão sendo filmados em HD”. O que tem faltado, na opinião dele, é uma produção de filmes mais simples, feito para o público infantil e para a família, que encontram forte preconceito por parte da classe e da crítica. “Acaba quase que tendo um cerceamento. O diretor que vai desenvolver o roteiro de uma comédia pensa duas vezes porque provavelmente não vai ganhar edital, não vai ser respeitado pelos colegas. Não é o público que ta rejeitando”. Eduardo ainda adianta, como lançamentos para o próximo ano, a adaptação para cinema do romance A morte e a morte de Quicas Berro Dágua, de Jorge Amado, e O bem amado, baseado na obra de Dias Gomes, com Marco Nanini no papel de Odorico Paraguaçu, vivido magistralmente em 1973 por Paulo Gracindo.
O Povo Online

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